O governo federal vai anunciar no segundo
semestre a abertura de crédito educativo para 25.000 estudantes que quiserem
cursar mestrado e doutorado em faculdades privadas. O Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies) da pós, projeto que ganhou força nos debates internos do
Ministério da Educação (MEC) nos dois últimos anos, é uma das apostas para ampliar
o acesso a esses cursos.
"O lançamento ocorrerá em breve, nos
próximos meses. Será um sucesso, pois atenderá à grande demanda das
instituições não públicas, além de reduzir a inadimplência", aposta Jorge
Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível
Superior (Capes), órgão do MEC responsável pela regulação dos cursos de pós.
Estudantes de faculdades particulares já têm direito às bolsas da Capes, que
paga atualmente 1.500 reais para mestrado e 2.200 reais para doutorado.
Aumentar o número de estudantes na
pós-graduação é uma das metas do Plano Nacional
de Educação (PNE),
aprovado no início do mês na Câmara dos Deputados. O objetivo do PNE é aumentar
progressivamente o número de formados em cursos stricto
sensu até 2024, de
modo a emitir 60.000 títulos de mestrado e 25.000 de doutorado por ano.
Atualmente, o número de formados no mestrado é de 42.800 e no doutorados,
13.900. O PNE deve ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff na
quarta-feira.
O Fies da pós-graduação terá regras iguais
às da graduação: o financiamento será parcial ou integral e o início do
pagamento do empréstimo pode ser feito um ano e meio após a formatura. O
crédito valerá para cursos avaliados pela Capes, como mestrados e doutorados, e
não inclui especializações ou MBAs. Desde 2010, quando o Fies mudou regras de
contratação e baixou os juros para alunos de graduação, são mais de 1,5 milhão
de financiamentos.
Uma das principais críticas ao Fies é a
baixa qualidade de parte dos cursos financiados. Para Guimarães, o risco é
menor na pós. "A garantia é a avaliação da Capes, que é reconhecida e
existe desde 1974", explica. "Na graduação, o processo avaliativo é
recente e mais difícil." Poderão participar mestrados e doutorados com
nota igual ou superior a 3 (o máximo é 7). O MEC já sinalizou que pretende
estender o Fies ao ensino a distância, mas ainda não há previsão para a
inclusão.
(Com Estadão Conteúdo)
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