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CIÊNCIAS EM FOCO

     

Combate à aids: cura funcional de bebê e vacina contra o HIV são novidades 

O ano de 2013 foi marcado por muitos avanços na pesquisa contra a síndrome da imunodeficiência

     O ano de 2013 foi marcado por muitos avanços na pesquisa contra a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids, na sigla em inglês) e o combate ao causador da doença, o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Além de anunciar que um bebê infectado passou por tratamento e hoje não tem mais níveis detectáveis do vírus nem sinais da doença, cientistas usaram até radiação para destruir populações de vírus HIV em amostras de sangue de pacientes que passam pelo tratamento antirretroviral. Confira, a seguir, as descobertas do ano que nos deixaram mais próximos da cura da aids.

        Em março, cientistas anunciam a cura funcional do HIV em uma criança nos Estados Unidos. O paciente de 2 anos, que recebeu o vírus da mãe, foi tratado com drogas antivirais nos primeiros dias de vida e não tem mais níveis detectáveis do vírus nem sinais da doença. Os pesquisadores afirmam que a pronta administração dos medicamentos - que o paciente recebeu nas primeiras 30 horas de vida - pode ter levado à cura do bebê por ter impedido a formação de "reservas" do vírus. A cura funcional ocorre quando o vírus, apesar de não desaparecer do organismo, entra em remissão e o paciente não precisa mais de remédios. O anúncio, porém, foi recebido com cautela por especialistas. 

        Menos em uma pequena parcela de pessoas que recebem um diagnóstico precoce. A revelação foi feita no mesmo mês em que médicos do Mississippi (EUA) anunciaram a cura de uma menina norte-americana que nasceu de mãe soropositiva e foi tratada logo após o parto, alcançando a chamada "cura funcional". O tratamento rápido logo depois da infecção pelo HIV pode ser suficiente para causar, em até 15% dos pacientes, essa cura funcional. 

        Cura da aids ainda está distante Um dos descobridores do vírus HIV, o pesquisador americano Robert Charles Gallo acredita que uma vacina definitiva não está próxima. Ele e sua equipe também foram pioneiros no desenvolvimento do teste de HIV - e estiveram entre os primeiros a relacionar o vírus como causa da aids. Em entrevista exclusiva ao Terra, ele afirmou que vem trabalhando em uma vacina preventiva contra a aids, que deve entrar em testes clínicos em 2014. Embora destaque os avanços que teve em suas pesquisas, o cientista admite que ainda há um longo caminho a ser percorrido. 

       Os pesquisadores destacam que existe somente um caso de cura "esterilizadora" conhecido do HIV, de um paciente que recebeu um transplante de medula. 

 

         Vacina experimental e drogas mais eficazes Em setembro, cientistas divulgaram que uma vacina experimental contra a aids conseguiu livrar um grupo de animais do vírus da imunodeficiência símia (SIV, similar à "versão" humana, o HIV). Além disso, o resultado se mostrou persistente: alguns dos animais já estão há três anos sem sinais do SIV e isso, afirmam os cientistas, pode persistir por toda vida deles. O problema com o HIV e o seu "irmão" símio é que esses a vírus mantêm "reservas" que se manifestam após o sistema imunológico voltar ao normal. 

        No mesmo mês, cientistas conseguiram pela primeira vez determinar a estrutura de um dos dois coreceptores utilizados pelo vírus HIV para entrar no sistema imunológico dos humanos - e informaram que esperam, com isso, contribuir para o desenvolvimento de medicamentos mais potentes contra a doença. Através de uma imagem em alta resolução, os pesquisadores poderão analisar melhor a estrutura e, assim, desenvolver drogas com maior eficácia no combate ao causador da aids.  


Fonte: Terra

Estudo com rãs pode ajudar a tornar possíveis viagens espaciais mais longas

Cyclorana alboguttata, rã que hiberna


Animal pode hibernar por meses sem apresentar perda muscular, problema que afeta astronautas que convivem com a gravidade zero


Uma pequena rã pode ajudar o homem na exploração espacial. Capaz de hibernar por meses sem sofrer nenhum dano muscular, a Cyclorana alboguttata está sendo estudada como um modelo para um grande desafio dos astronautas: preservar os músculos mesmo na gravidade zero. A questão precisa ser superada para que seja possível chegar a pontos mais distantes do Universo, como Marte. A pesquisa, que será apresentada nesta terça-feira, no encontro anual da Sociedade de Biologia Experimental, na Universidade de Manchester, Grã-Bretanha, também pode ajudar a prevenir a deterioração muscular em pacientes acamados.
No espaço, a ausência de gravidade faz com que o nosso organismo precise de menos contração muscular para se sustentar e se mover, devido à redução do peso que ocorre nesses ambientes. Na Terra, ao contrário, alguns músculos são constantemente utilizados para nos sustentar contra a força da gravidade. De acordo com a Nasa, estudos mostram que os astronautas podem perder até 20% de massa muscular em voos espaciais que duram de 5 a 11 dias. Para amenizar os danos durantes missões espaciais e garantir que os astronautas possam recuperar os músculos ao retornar, eles precisam praticar exercícios intensos diariamente, além de ter uma dieta adequada. Na Estação Espacial Internacional, por exemplo, os tripulantes passam duas horas e meia por dia se exercitando.
Na Terra, a maior parte dos mamíferos, inclusive humanos, perde massa muscular quando fica inativo por um longo período. Porém, alguns animais conseguem se manter adormecidos por meses e quase não sofrer danos. Um exemplo disso é a rã Cyclorana, encontrada na Austrália. Quando as fontes de alimento são escassas, esses animais entram debaixo da terra e se envolvem em um casulo de pele morta. Em cativeiro, elas já permaneceram assim por nove meses, mas há relatos de que elas podem ficar ainda mais tempo hibernando na natureza.
“Se nós conseguirmos entender os caminhos de sinalização das células que conferem resistência à perda muscular, eles poderiam ser úteis para estudar atrofia muscular em mamíferos”, afirma Beau Reilly, biólogo e principal autor do estudo, realizado na Universidade de Queensland, na Austrália. Um dos genes identificados, relacionado a essa capacidade da rã, parece ter a função de proteger as células de um mecanismo “suicida” que normalmente remove células danificadas. Já outro regula a divisão celular e reparação do DNA. 
Ação antioxidante — Nos mamíferos, músculos inativos podem ser danificados por moléculas denominadas Espécies Reativas de Oxigênio (ROS, na sigla em inglês), capazes de degradar proteínas, fazendo com que os músculos se desgastem. Já os anfíbios sem cauda parecem sofrer menos com a ação das ROS. Para Reilly, isso pode ocorrer devido aos níveis elevados de antioxidantes protetores que esses animais possuem. Resultados semelhantes foram encontrados em mamíferos que hibernam, como esquilos.